Muita gente que me conhece pode estranhar o título do blog de hoje. “Mas, Larissa? Logo você que cursa Direito? Por que não quer justiça?”, poderiam me dizer. Mas eu me explico.
Já há algum tempo em que ouvi a diferenciação entre justiça, misericórdia e graça. Hoje compartilho com vocês o aprendizado que tive com tais distinções. Definindo com poucas palavras, poderíamos dizer que justiça é aplicar aquilo que é merecido (devido). No Direito, dizemos que “é dar a cada um o que é seu, na exata medida em que merecido”. Já a misericórdia consiste em não aplicar a punição merecida. Quando ajo com misericórdia, deixo de aplicar o castigo que era justo ser aplicado. Finalmente, a graça é um favor imerecido, é dar um presente por simples liberalidade, sem exigência de algo em troca (daí vir a expressão “foi dado de graça” quando recebemos algo que não nos custou nada, nem fizemos algo para merecer). A respeito da terminologia da graça, sugiro a leitura, rápida, do primeiro capítulo do livro de Philip Yancey intitulado “Maravilhosa graça”.
Mas o que, então, isso tudo tem a ver conosco? Se você ainda não chegou a nenhuma conclusão com os conceitos dados, em cotejo com o título do texto, deixa-me ajudar um pouco. Pergunta básica pra um cristão: Todos somos pecadores? Resposta óbvia: Sim! (Rm. 3:23). E o que a Bíblia nos diz sobre a consequência do pecado? “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rm. 6:23. Então, não é demais concluir que o salário (a retribuição) àqueles que pecaram é a morte. E se todos pecamos, o castigo que merecemos é a morte (ir para o inferno, para então aguardar a segunda morte, vide Ap. 20:14).
Opa! Mas se recebo o castigo que mereço, então estamos falando de justiça! Logo, justo seria irmos todos nós que pecamos para o inferno. Mas Deus, sendo infinito em misericórdia, por meio de Seu Filho, tirou o castigo que nós merecíamos receber (ler Is. 53:5). E, como Marcellinha bem ressaltou na nossa reunião do Vida esse sábado, só a misericórdia de Deus já seria suficiente pra nos livrar do castigo eterno. Mas Ele foi além! Amando-nos com Seu infinito amor, Ele agiu com graça, e nos deu o dom da vida eterna em Cristo Jesus (Rm. 6:23b e Ef. 2:4-9). E, por ser de graça, um dom gratuito, eu não fiz nada para merecer, nem há nada que possa fazer para retribuir. A atitude, então, é de extrema gratidão (palavra que, por sinal, também tem o mesmo radical que “graça”) ao nosso Salvador e Redentor por ter sido eleita, não por alguma característica minha própria, ou por algo que tenha feito ou possa fazer, mas por Sua graça apenas. E não venham alguns me dizer que a eleição é expressão de que Deus estaria sendo injusto com os que não foram eleitos. Deus é justo, e é por ser justo que permite que o castigo recaia sobre aqueles que o merecem, pelo simples fato de ter pecado. Mas lhe aprouve agir com misericórdia, retirando o castigo merecido de alguns, e concedendo-lhes, além disso, por Sua graça, a vida eterna (que não era merecida).
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia. Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?” Rm. 9:14-21 Assim, se Deus me lançasse no inferno, ele estaria agindo com justiça, pois é exatamente isso que um pecador merece. Mas Ele quis agir com misericórdia e graça, e a respeito disso só me resta louvá-lO e engrandecer Seu nome, porque Ele é digno.
A pedidos, e ainda relacionado a esse tema, há a dúvida que ainda existe em alguns. “Livre-arbítrio: Afinal, temos ou não temos?” Objeto de estudo esse sábado na reunião do Vida, Esse é o título do texto do Rev. Waldemar Alves da Silva Filho, e que está disponível no site http://www.ipb.org.br/portal/artigos-e-estudos/431-livre-arbitrio-afinal-temos-ou-nao-temos.
O texto é grandinho, mas bastante esclarecedor, e recheado de passagens bíblicas.
Vale a pena conferir!!
Bênção de Deus, no Vida foi muito importante esse estudo, graças a Deus pela suas escolhas.
ResponderExcluirDeus obrigado Senhor pela sua misericórdia e graça, Senhor muito obrigado só tenho a ti louvar Pai.